sábado, 21 de julho de 2007

Sobre os 10% do Garçom

Hoje parece que o pessoal daqui de casa resolveu fazer racionamento de comida. Como eu não tava a fim de passar o dia todo com fome, peguei minha grana e fui jantar fora.

Caminhei até uma lanchonete afim de comer um sanduíche no pão árabe e tomar uma coca-cola. O atendimento foi normal, tudo certo. O problema foi quando chegou a conta.

Os 10% do garçom vieram embutidos na nota fiscal. Dei uma cédula de R$ 10 e meu troco voltou com o dinheiro do garçom já debitado. Tudo bem, não questionei o fato de ter pago 55 centavos a mais e fui embora.

Na volta, fiquei com um certo remorso. Apesar do fato dos 10% serem "opcionais" (em boa parte dos estabelecimentos), eu não acho que seja correto pagar esse tipo de gorgeta ao garçom.

As pessoas me dizem: "paga quem quer". Mas não é bem assim que funciona! Esse negócio de pagar 10% ao garçom já se tornou um fator cultural e a maior parte das pessoas paga essa taxa para evitar constrangimentos.

Aproveitando o contexto, vou lhes contar uma história verídica que aconteceu com um amigo meu.

Certo dia, Manel foi com seus amigos jantar em uma pizzaria bem conhecida, cujo nome não irei citar. Chegaram ao local, sentaram-se às mesas, fizeram o pedido e receberam a comida.

No meio da confraternização, a garçonete vem à mesa e pergunta se eles gostariam de doar 1 real para uma instituição de caridade. Os amigos concordam em fazer tal doação e continuam a comer.

Quando eles terminaram a refeição e pediram a conta, a garçonete mostrou a nota com o valor R$ 84,00 + R$ 1,00 (doação). Eles pagaram e se retiraram da mesa.

De repente, a mulher volta e diz que a conta estava errada. Explica que havia faltado contabilizar 10% referente a alguma coisa (refrigerantes, talvez...) e que o novo valor passaria a ser de 86 reais.

Manel, percebendo o abusivo aumento de 1 real, responde para a garçonete: "Então tira o dinheiro da doação!". Neste momento, a mulher olha enfurecida para Manel e se nega a retirar o dinheiro. Para piorar, esta pronuncia uma frase em tom sarcástico, dizendo: "ESSE AÍ VAI PARA O CÉU!!!".

De repente, todos caem na gargalhada e zombam do coitado do Manel, que sai do local humilhado e mazelado.

Um amigo viu o impasse, tirou uma moeda do bolso e pagou o restante que faltava. Cada um voltou para suas respectivas casas e todos viveram felizes para sempre...

FIM.

Conclusão: O cara passou por um constrangimento por causa de uma merda de doação, que provavelmente a maior do dinheiro arrecadado iria para a própria empresa, sendo apenas uma minoria destinada a tal instituição de caridade.

Esse negócio de pagar 10% ao garçom deveria ser proibido por lei. O mesmo digo a respeito de pagar essas taxas adicionais como "couvert" e "pastoradores de carro".

Quem tem que arcar com esse tipo de despesa é o dono do estabelecimento e não os clientes. Que paguem um salário digno aos garçons e parem de encher o saco com esse negócio de 10%.

Um comentário:

Anônimo disse...

E tenho dito...